Brasília celebra a diversidade


Apresentações musicais, atividades esportivas e brincadeiras atraíram pelo menos 200 mil pessoas à Esplanada dos Ministérios e marcaram os dois dias de comemorações do aniversário da capital federal

No início da noite, multidão em frente ao palco principal da Esplanada dos Ministérios curtiu as apresentações de Maria Gadú e de Hamilton de Holanda
A capital que leva no sotaque um pouquinho de cada canto do Brasil teve uma festa de 53 anos marcada pela diversidade. Música de vários ritmos e esportes para todos os gostos, da tradicional corrida, passando pelo skate e chegando até campeonato de balonismo. Nos dois dias de festa, pelo menos 200 mil pessoas circularam pela Esplanada dos Ministérios, onde havia atrações das mais democráticas. A homenagem à cidade ocorreu também no Parque da Cidade e no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

As comemorações começaram com a Maratona Brasília de Revezamento, promovida pelo Correio Braziliense. A corrida reuniu mais de 4 mil pessoas, incluindo a modelo e apresentadora Daniella Cicarelli. As equipes se revezaram nos dois trechos da maratona, sendo o primeiro entre o Ministério de Minas e Energia e o Iate Clube, e o segundo, o caminho inverso. ...
 
Milton Nascimento fez uma participação especial e cantou alguns sucessos da carreira

Durante a manhã e a tarde, foi a vez de crianças e adolescentes curtirem a programação direcionada a eles. No espaço infantil, brinquedos infláveis, muro de escalada, tirolesa e apresentações teatrais garantiram a diversão dos baixinhos. As filas grandes não desanimaram os pequenos, que fizeram questão de brincar em pula-pula, cama elástica, touro mecânico e tobogã. A programação teve início às 10h e terminou às 18h. Entre os espetáculos do circo montado atrás da Biblioteca Nacional, o Brincantes do Gama e Debussy para crianças mereceram destaque. O primeiro lotou as arquibancadas, e o outro levou música erudita para as famílias.

Na Tenda da Juventude, ao lado do Museu da República, a comerciante Edna Vilar, 34 anos, e o marido, Alexandro Barros, 37, levaram os filhos Maria Eduarda, 11, Juliana, 8, João Pedro, 7, e Rafael, 6, especialmente para andar de skate. Moradores de Luziânia, cidade goiana distante 66km de Brasília, eles passaram o dia na Esplanada. “Acordamos cedo na expectativa de vir para Brasília. Foi ótimo! O espaço é amplo, e as crianças ficam procurando os locais mais radicais para fazer as manobras”, comenta Alexandro.

A exemplo de outros moradores do Distrito Federal, a busca por qualidade de vida fez Carlos Henrique de Magalhães, 18 anos, deixar Mato Grosso, seu estado natal. Ceilândia é a cidade que o acolheu há cerca de um ano. Ontem, aproveitou as atrações da festa brasiliense acompanhado por um grupo de 10 amigos. “Quero assistir a todos os shows e só vou embora quando acabar”, disse.

O início das apresentações musicais registrou atraso de pelo menos duas horas. Por causa disso, foi preciso alterar a ordem de entrada dos cantores. Às 17h30, Maria Gadú deu início à celebração na Esplanada. Ela abriu o espetáculo com a música Reis e homenageou Milton Nascimento ao cantar Maria Solidária. Para encerrar o show, Gadú escolheu Podres Poderes, de Caetano Veloso, e alfinetou: “Muda, pois enquanto a gente muda, o mundo muda com a gente. O (Marco) Feliciano não nos representa”. O parlamentar preside a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e sofre pressões para deixar o cargo por causa de polêmicas declarações contra negros e homossexuais.

O funcionário público Elmano Rodrigues, 63 anos, não gostou do atraso, mas seguiu animado. “Com um céu desses, não tem como ficar em casa”, disse. Ele estava acompanhado do filho e de sobrinhos e elogiou a programação do aniversário de Brasília. Como tantos que participavam da festa, Elmano trocou o Ceará, em 1979, por Brasília. A expectativa maior dele era em relação ao show de Hamilton de Holanda, que subiu ao palco às 20h30 acompanhado da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional. Ele teve como convidado Milton Nascimento.

Até o fechamento desta edição, não haviam começado os shows de Lenine e do Nós no Bambu. Às 21h, a PM havia registrado apenas uma ocorrência na Esplanada, de porte de drogas. Já os Bombeiros atenderam uma pessoa que levou uma garrafada e outra por intoxicação.

Colaboraram Ariadne Sakkis e Adriana Bernardes

Povo fala
Qual é o monumento que  melhor representa Brasília?

   

 
Marineide Rosa dos Santos, 38 anos, copeira, moradora de Planaltina

“A Catedral é o monumento mais bonito. Já fui várias vezes, e tudo me impressiona lá dentro.”
 

   
Lionesio Alves da Silva,  32 anos, pizzaiolo, morador de Samambaia


“O Museu Nacional é o que representa melhor Brasília. É bonito e diferente. Acho tudo muito lindo aqui em Brasília.”
 

  
Luciano Medeiros Paz,  37 anos, vendedor, morador de Ceilândia

“A Catedral é o monumento que se destaca mais em Brasília. É linda e perfeita. Aliás, Brasília é tudo né?”
 

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